Produzir a si mesmo tem sido uma forma de se autoexplorar, tanto na vida real quanto na vida virtual ( e na minha vida artística, como auto-crítica que sou). Atualmente, as pessoas exploram a si mesmas achando que isto é uma forma de realização, e que na verdade se confunde com a alienação de si mesmo, e de nossa espécie.
Crescem raízes de exagero e de ilusões, e tudo passa a ser visto como positivo e o olhar – este que hoje, trabalha de graça para os algoritmos- há de transformar tudo em positividade. Esta falsa positividade se configura como violência e se materializa em doenças neuronais como a síndrome de burnout, o transtorno de déficit de atenção, síndrome de hiperatividade (TDAH), entre outras, segundos estudos da ciência e de filósofos como Byung-Chul Han, por exemplo. Além de traduzirem-se no corpo físico por anorexias, bulimias, compulsões alimentares e nos consumos exagerados da contemporaneidade, chegando ao suicídio. Vivemos assim, em grandes desertos, em praias secas onde só há espaço para o cansaço.
É preciso repousar, contemplar e até quem sabe, pousar.